21 de mai. de 2012

Planejamento em Educação Física

 Por: M. Biasi

Toda escola possui um projeto pedagógico, no qual está imbricada a filosofia ou concepção que os professores deverão seguir. As atividades corporais devem fazer parte do programa da escola e não ser vistas como atividades isoladas. A educação física é uma matéria igual às outras, e as atividades por ela proporcionadas deverão estar intimamente ligadas com aprendizagens cognitivas e afetivas. Entendemos que o programa representa a base ou pilar da disciplina, que tem como elementos principais os conhecimentos de que trata a disciplina: os conteúdos de ensino e os procedimentos didáticos metodológicos para ensinar. Após o desenvolvimento do programa deve ser produzido o planejamento das aulas de ed. física, que devem estar de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos.
Verificamos em Turra et al (1981, p.13) que “o planejamento é o processo que consiste em preparar um conjunto de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para atingir determinados objetivos”. E, de acordo com Marcozzi et al (1976, p.41), “planejar o ensino é prever os objetivos a alcançar, como alcançá-lo e os recursos a utilizar”. Na visão de Gonçalves (2006, p.178), “planejar é estruturar uma linha de ação: é evitar a improvisação de atitudes desprovidas de objetivos. As ações planejadas devem ser continuas, ou seja, necessitam serem revistas e novamente planejadas. O planejamento não pode ser separado da ação, devendo sempre respeitar o estado de maturação e experiências dos alunos”. A elaboração do planejamento não precisa ser rígida, mas para que os objetivos sejam atingidos, precisamos observar alguns critérios, pois planejar é prever todas as etapas de um trabalho, de modo a definir uma ação que constituirá um roteiro seguro para conseguirmos dos alunos os objetivos propostos nas atividades. Todo planejamento encerra três etapas:

Diagnostico - realiza um levantamento dos recursos humanos e materiais que possibilitam estabelecer os objetivos, os quais deverão atender sempre às necessidades e às exigências dos alunos. Os recursos humanos referem-se a professores, alunos, equipe técnica pedagógica, formação das turmas: idade, interesses, números de alunos, duração da aula, adequação à idade e objetivos gerais. Os recursos materiais estão relacionados aos espaços físicos, tais como salas, pátios coberto, salão, bolas, arcos, aparelho de som etc.;
Execução - abriga metodologia e os procedimentos didáticos. O professor deve elaborar ou estabelecer um roteiro para evitar a rotina e dar continuidade ao seu trabalho;
Avaliação - refere-se à forma como será realizada a avaliação das atividades que forem realizadas. (GONÇALVES, 2006, p.179).

A metodologia mais usada por professores no ensino da educação física (1ª a 4ª series) é a lúdica. Costuma - se dizer que a metodologia é o caminho para alcançar os objetivos propostos nas atividades. “Na metodologia lúdica, as atividades são realizadas de forma prazerosa, e o prazer é um convite para desenvolver a criatividade, a imaginação e a invenção”. (GONÇALVES, 2006, p.147).
A Gonçalves (2006) fala do lúdico entendendo-o como a alegria e a espontaneidade, com referencia, não aos parâmetros da racionalidade, mas a uma lógica diferente: a lógica de ser feliz agora na construção do futuro. Educação física é assim, uma eterna brincadeira que prepara o corpo e a alma para o futuro.

Brincar é um ato ingênuo, imprescindível, mas um ato histórico (tempo), cultural (valores), social (relações), psicólogo (inteligência), afetivo e assistencial (conceitos) e acima de tudo política, pois, numa sociedade de classes, nenhuma ação é simplesmente neutra, sem consequências de seus propósitos. (ALMEIDA, 1990, p.79).

As situações lúdicas, “competitivos ou não, são contextos favoráveis de aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimento, que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-los de forma satisfatórias e adequadas” (BRASIL, 1997, p. 36). Elas incluem, segundo os PCNs , simultaneamente, “a possibilidade de repetição para manutenção e por prazer funcional e a oportunidade de ter diferentes problemas a resolver, além disso, pelo fator de o jogo contribuir um movimento de interação social bastante significativo, as questões da sociedade constituem motivação suficiente para que o interesse pela atividade seja mantido” (BRASIL, 1997, p, 36). Devemos, portanto, pensar a Educação Física numa perspectiva lúdica, pois torna a aprendizagem mais estimulante, atrativa e instigante para os alunos.

Referências:

ALMEIDA, C.S. Analises dos motivos de encaminhamento de alunos de classes comuns especiais de escolas públicas de primeiro grau. São Carlos, 1984.161p. Dissertação, (mestrado em ED. Especial) - centro de educação e ciências humanas, universidade federal de São Carlos.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: - educação física. Brasília: MEC/ SEF, 1997.96p.

GONÇALVES, N.L.G. Metodologia do Ensino de Educação Física. Curitiba: Ibpex, 2006.

MARCOZZI, A.M. et al. Ensinando a Criança: Um Guia Para o Professor. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1976.

TURRA, C.M.G.ET. AL. Planejamento de Avaliação. Porto Alegre: Sacra, 1981.

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