6 de jun. de 2012

O papel do lúdico na Literatura infantil

Por: M. Biasi

A ludicidade é um recurso importante para o estímulo da leitura na sala de aula, de forma a propiciar ao professor um subsidio para melhorar a sua prática pedagógica, uma reestruturação no uso correto destas ferramentas, para que as crianças tenham a oportunidade de desfrutar da literatura e todos os seus encantos. O Lúdico envolve a criança como se fizesse parte dela como um todo, como sendo a própria brincadeira. O meio social no qual a criança encontra-se inserida exerce imensa influência no desenvolvimento de seu hábito de leitura e em sua maneira de conceber os benefícios e utilidade de torna-se um leitor competente.

O despertar do interesse pelos livros passa obrigatoriamente pelos primeiros anos e pela escolarização. As crianças que não puderem beneficiar-se desse estímulo estarão certamente prejudicadas em relação às demais que, pelo meio familiar e escolar, descobriram a leitura. Assim os adultos têm um papel decisivo na iniciação que poderá transformar-se em prazer ou desprazer quase que definitivos [...] (YUNES; PONDÉ, 1988, p. 56).

A literatura infantil facilita o acesso da criança ao mundo da fantasia, da imaginação, da criatividade e estimula o contato dela com a leitura e a escrita. A imaginação é a chave para a criação do novo, bem como a construção de uma identidade pessoal. Isto ocorre porque a arte fertiliza a imaginação das crianças.
Contar e ouvir histórias são essenciais para o desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças. Portanto, não podemos esquecer que o ato de contar histórias representa um estímulo, para que as crianças passem a contá-las e a criá-las, neste sentido o papel da família e da escola é fundamental, podendo tornar-se uma referência para a própria criança como fonte do imaginário e do prazer de interagir com outrem. Santos (2001, p. 143) afirma que,

O papel do professor é de fundamental importância, pois ele deve observar estas manifestações e, através destas, interagir como facilitador da aprendizagem. É importante, através da observação das atividades, repensar e adequar à prática, propondo sempre novas atividades, procurando manter sempre os desafios e a motivação.

A escolha dos títulos é de suma importância, sendo fundamental selecionar textos adequados à faixa etária das crianças, que não sejam muito longos e que tenham ilustrações interessantes. Além disso, a diversidade é fator fundamental: histórias, contos, parlendas, contos de fadas, gibis, textos jornalísticos, publicitários, poemas, poesias, dentre outros, apresentados de formas diversificadas: leituras, contação de história, dramatização com fantoches, fantasias, com o corpo, etc., utilizando sucatas. Em decorrência destes fatos nos propomos a apoiar a ideia de Santos (2001, p. 197) esse objetos são também agentes de socialização, pois através deles a criança interioriza valores e crenças. “Sendo instrumentos de inserção social, contêm ordens veladas e padrões de comportamento”.
O que podemos entender como instrumentos de inserção ao mundo, senão os atrativos visuais dos livros e revistas, cores, formas, designer ou ainda em recursos dinâmicos acabamos por descobrir que o prazer de ler é o primeiro passo para formar leitores, porém há de se estimular e amparar àqueles que sequer têm acesso ao livro. Ir para a escola é “fazer de tudo um pouco – estudar, pensar e desenhar, pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar. De tudo um pouco, todos os dias” (FULGHUM, 1998, s. p).
Os jogos e as brincadeiras caracterizam situações em que a criança realiza, constrói e se apropriam do conhecimento sistematizado ou conceitos nas mais diversas ordens. Eles propiciam, igualmente, a construção e a ampliação dos conceitos das varias áreas do conhecimento. Nesse aspecto, o ato de brincar assume papel didático e pode ser explorado na literatura infantil condicionado o processo educativo.
A dramatização e ou as brincadeiras faz de conta também levam as crianças a vivenciar a historia, isto é importante para a socialização com os outros e a historia em si. Pois, mesmo que a criança não conhece a escrita deve ter contato com livros e, no decorrer da sua vida, ira adquirir o habito da leitura.
Desse modo, acredita-se que, a partir do entusiasmo que a criança alimenta pela literatura, surgirá o seu interesse para aprender o código escrito, o qual passará a possuir significado para ela, desenvolvendo suas potencialidades para criar e expor suas ideias.
É comprovado que os professores e o espaço escolar possuem um papel fundamental no desenvolvimento do hábito da leitura e escrita dos alunos. Os professores devem proporcionar experiências variadas e coletivas de incentivo à leitura, além de apoiar e orientar os pais para esta atividade em casa. Já a escola deve ter bibliotecas equipadas e programas de incentivo à leitura não somente para os alunos, mas também para toda a comunidade.

Referências
  
FULGHUM, Robert. Tudo que devia saber na vida aprendi no jardim-de-infância.
SL. Best Seller, 1998.

SANTOS, Santa Marli Pires dos (Org.). A Ludicidade como Ciência. Petrópolis: Vozes, 2001.

YUNES, Eliana; PONDÉ. Leitura e leituras da literatura infantil. São Paulo: FTD,
1988.

Nenhum comentário:

Postar um comentário