12 de dez. de 2012

Educação, ensino, pesquisa e as novas tecnologias na prática pedagógica

DICAS DE LEITURA LIVRO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ATUAIS

Qual é a diferença entre educação, ensino e pesquisa?
A pesquisa é a atividade voltada para a solução de problemas e respostas a questionamentos do campo educativo, geralmente através do emprego de processos científicos.
 O ensino é considerado uma parte da educação e a sua intenção é a aprendizagem do indivíduo, havendo a necessidade de que aquilo a ser ensinado tenha condições de ser aprendido pelo aluno.
Educação é um conceito mais complexo, se refere ao desenvolvimento da pessoa, sua trajetória de vida, desde o seu nascimento até a sua morte. Ou seja, é tudo o que podemos aprender durante o processo da nossa existência, visto que o ser humano nunca para de aprender (JUSTINO, 2011).
Portanto a pesquisa precisa estar presente na sala de aula, no planejamento do professor e na aprendizagem do aluno, pois ao desenvolver uma pesquisa sobre as determinantes da prática (metodologias, avaliações, conteúdos, processo de ensino-aprendizagem, contexto escolar, focos de problemas etc.) o professor tem acesso a conhecimentos e habilidades que o ajudarão a compreender o porquê daquela ação, se a mesma está em consonância com os pressupostos legais, metodológicos, e se constituem ações significativas, estimulantes e desafiadoras para os alunos. (CORTELAZZO, 2006).
E para desenvolver uma ação educativa realmente significativa é necessário ao professor utilizar todos os recursos disponíveis para a efetivação da aprendizagem. Os materiais didáticos são recursos humanos e materiais empregados para auxiliar e beneficiar o processo de ensino e aprendizagem. É importante que o professor se aproprie dos diferentes materiais didáticos a fim de tornar suas aulas significativas, estimulantes e lúdicas.
Em relação à classificação dos materiais didáticos, segundo Justino (2011), compreende-se:


Ø  Material permanente: quadro de giz, apagador, giz, cadernos, réguas, flanelógrafo, projetores etc.;
Ø  Materiais informativos: mapas, livros, dicionários, enciclopédias, revistas, jornais, filmes, fichários, modelos, caixas de assuntos;
Ø  Materiais auditivos e audiovisuais: esquemas, quadros sinóticos, desenhos, cartazes, gravuras, retratos, quadros cronológicos, amostras em geral, discos, gravadores, projetores etc.;
Ø  Materiais experimentais: aparelhos que podem ser usados nas experiências;

  Quanto à tipologia os materiais didáticos classificam-se como: 1) Textuais: livro didático, jornais e revistas, etc.; 2) Multimeios: quadro de giz, mapas geográficos, globos, jogos, etc.; 3) Multimídias: retroprojetores, filmes, DVDs, projetor de slides, rádios e os computadores (JUSTINO, 2011).

O professor, ao escolher os recursos didáticos que serão utilizados, precisa levar em consideração critérios que permitam verificar o que se deseja obter, ou seja, qual a contribuição que eles poderão dar para que ocorra uma aprendizagem significativa. (JUSTINO, 2011, p. 74).

Desse modo devemos compreender que “a finalidade do material didático em sala de aula é propiciar o aprendizado ao aluno” (JUSTINO, 2011, p. 112) e utilizar todas as mídias e recursos disponíveis na escola para melhorar a qualidade do ensino oferecido. A Mídia é um recurso, sozinha ela não educa, pois educar é relação humana e todos devem fazer a sua parte.

Realizei uma pesquisa de campo em uma escola pública, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, entrevistando os professores desse contexto sobre a pesquisa e os materiais didáticos utilizados na escola e com que propósito.
Segundo os docentes, sendo a educação e ensino processos que se intercalam e interagem, a pesquisa é o processo pelo qual o aluno desenvolve habilidades investigativas e autônomas que visam melhorar o seu aprendizado. O professor deve, desse modo, desenvolver pesquisas com os alunos buscando realizar uma ação educativa com mais qualidade e com maiores chances de obter êxito.
Na escola a maioria os professores são tradicionais, porém entendem que a utilização de materiais didáticos são de suma importância para a prática educativa do professor e precisam ser utilizados com responsabilidade. Segundo os docentes são vários os materiais utilizados pela escola, entre eles computadores, TV, vídeos, projetor, quadro branco, diversos materiais didáticos auxiliares e textuais. Os materiais são utilizados de forma interdisciplinar em todas as disciplinas escolares, já no atendimento de alunos especiais, os professores tendem a adaptar esses recursos para atingir os objetivos com esse alunado, na utilização de mídias (softwares educacionais, libras) com alunos mudos, o Braile com deficientes visuais, etc.
Nas disciplinas especificas também são utilizados recursos. No ensino de geografia, são usados livros didáticos, dicionários e enciclopédias mapas da sala de aula, da escola, do bairro, do município, do estado, do Brasil, alem do mapa-múndi, buscando desenvolver as questões de aprendizagem que envolve a escola e, orientações cartográficas. Para isso os alunos utilizam como materiais de apoio na disciplina, mapas de relevo, hidrográficos, gráficos, tabelas, filmes contextualizados, slides, entre outros recursos.
 No ensino de historia são empregados os mesmos materiais do ensino de geografia, porem nesse caso, a cartografia, (coleção de mapas) é histórica, desenvolvendo no aluno a capacidade de distinguir os períodos históricos de tempos e lugares específicos.
No ensino de ciências, os professores usam figuras do campo humano, de botânica e de zoologia. Também são realizadas experiências reais, e demais coleções de livros, buscando aproximar o aluno da realidade estudada.
No ensino de matemática: estão os origamis, dobraduras que são usadas para ensinar geometria, bem como o transferidor, o compasso, a régua, a trema, jogos: dominós, quebra-cabeças, buscando desenvolver o raciocínio lógico e formal dos alunos e trabalhar questões que envolvem nações de espaço, grandezas e medidas.
No ensino de língua portuguesa, são utilizados dicionários, jogos, filmes contextualizados, livros de literaturas e fantoches visando desenvolver a leitura e interpretação de textos, ética e, raciocínio crítico e criativo. Na alfabetização, são empregados alfabetos moveis - letras em lixas, jogos e cartazes - buscando estimular a aprendizagem global dos alunos, partindo de diversos fatores e desenvolvendo a cognição por meio de estímulos lúdicos, tornando o aluno construtor do conhecimento.
A utilização dos multimeios e multimídias e demais recursos são de livre acesso pelos professores, excetuando-se a sala de informática, que para a sua utilização, o professor deve agendar dia, hora e período de uso dos recursos informacionais, bem como a utilização da sala de televisão, do recurso vídeo, projetor de slides, e de outros meios digitais.
Os livros didáticos são utilizados de forma articulada com os recursos vídeo, computador e radio visando desenvolver uma atitude critica e reflexiva por parte dos alunos nos conteúdos das disciplinas cursadas.
O vídeo (filmes/Dvs) é muito utilizado por professores que desejam conduzir uma aprendizagem aberta e visual. Assim, professores propõem aos alunos interpretar a realidade abordada nos filmes buscando articular á questões que envolvam as disciplinas interdisciplinarmente.
O computador é usado na escola como apoio as matérias e aos conteúdos curriculares, alem da função de preparar o aluno para uma sociedade informatizada. A informática caracteriza, assim, um instrumento permanente de ensino e metodologia provocando no indivíduo uma forma diferente de interpretar o conhecimento, forma essa que se associa, ara como causa, ora como consequência de um pensar diferente, alem de levar o aluno a pensar e a raciocinar sobre a construção do seu conhecimento.
 “A nova realidade educacional solicita que o processo educativo seja repensado, e que busque novos caminhos, na construção de conhecimentos que poderão inovar a prática pedagógica” (JUSTINO, 2011 p.85).
Dentro dessa perspectiva, uma das propostas da escola é levar o estudante              “aprender a aprender” incentivando-o ao habito da pesquisa, tornando, assim, o aluno capaz de lidar com os fatos, compreende-los; dominar o pensamento, a representação do conhecimento e levá-lo a resolver problemas e criar soluções.
O educando, por sua vez, torna-se o centro na construção do conhecimento, e a escola cumpre, dessa forma, com seu papel na sociedade. Pois segundo Demo (2007, p.142), “há infinita potencialidade formativa na nova mídia, desde que se saiba colocar as coisas em seu devido lugar, nova mídia é instrumento, como tal não educa, porque educar é relação humana”.
Ao concluir essa análise da prática pudemos perceber que na escola pesquisada os professores buscam utilizar todos os recursos disponíveis em suas aulas e de uma forma dinâmica propiciando momentos significativos de aprendizagem. Obviamente que como em todas as instituições de ensino também encontramos problemas, mas nesse contexto os conflitos são solucionados por todos os integrantes do corpo docente e discente da escola o que propicia um trabalho mais harmonioso e concreto no interior da instituição.


REFERÊNCIAS

 CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo, ROMANOWSKI, Joana Paulina. Pesquisa e Prática Profissional - Materiais Didáticos. Curitiba: IBEPEX, 2006.

DEMO, Pedro. O Porvir: Desafios da Linguagem do Século XXI. /Pedro Demo. - Curitiba: IBEPEX, 2007.

Escola Luiz Carlos Pereira da Costa. Projeto político pedagógico. Fundação 1986, ano 2012. São Francisco do Sul/SC.

JUSTINO, Marinice Natal. Pesquisa e recursos didáticos na formação e prática docente. Curitiba: Ibpex, 2011.


3 comentários:

  1. Olá, amiga.
    Gostei do seu post e gostaria de propor uma conversa entre nós duas e quem mais queira participar a respeito das novas ferramentas pedagógicas disponíveis atualmente graças ao advento da internet. Vou propor algumas perguntas para conduzir nossa reflexão.
    De que maneira blogs, redes sociais, canais de vídeo, enciclopédias online, etc. podem ser usados na escola como ferramentas de aprendizagem?
    Como a escola pode vencer os obstáculos materiais para utilizar mais a tecnologia em favor da educação?
    Por que ainda existe resistência por parte dos educadores em adotar consistentemente os recursos tecnológicos, a internet como caminhos para se construir o conhecimento?

    Agora só falta a gente pensar como vamos fazer essa troca.
    Pode ser através do comentários dos nossos blogs?

    Eu escrevo para vc e vc para mim. Meu blog é:
    http://blogdadonarita.blogspot.com.br/

    Lá também tem um chat onde poderíamos conversar em tempo real se vc quiser.

    Vpu seguir seu blog. Siga o meu também.

    Abraços. Te espero lah.

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    1. Olá Rita,
      Gostei da sua iniciativa, vamos sim trocar idéias, vou seguir seu blog também.

      Bom sobre as suas questões vou por partes do meu intendimento sobre o tema:

      A internet e as ferramentas à ela relacionadas, redes sociais, blogs, sites, ferramentas online etc., compõem um rico acervo interativo e socializador de informações, experiências e aprendizagens ao aluno e útil pedagogicamente ao professor. Pois, a Internet representa uma ferramenta de aprendizagem que propicia novas formas de acesso e gerenciamento das informações, de produção e trocas de conhecimentos, podendo inserir os alunos e professores em uma nova cultura ciberespacial que vá além de informações e horizontalize relações sócio-culturais, é ferramenta de comunicação que pode propiciar a aquisição de valores, saberes e conhecimentos, sistematizados ou não. Ou seja, na escola essas ferramentas devem ser usadas como recursos à aprendizagem, mas nunca substitutas às aulas. Um exemplo seria os professores e alunos criarem um fórum aberto ou blog da escola, e lá lançarem questões relativas a tópicos de estudo, vídeos, materiais sobre política, cidadania, conteúdos escolares, enfim, usar a criatividade e instigar o debate, a participação, a criticidade e a pesquisa. As possibilidades são muitas...

      Quanto a escola vencer os obstáculos materiais para a efetiva implantação da tecnologia no ambiente escolar temo ser mais complexo que possamos imaginar, pois isso tem relação direta com a infraestrutura da escola e o retorno dos órgãos públicos inerentes. Vou dar um exemplo pessoal. Trabalhei em uma instituição em que os professores já estavam convictos da necessidade de utilizar as novas tecnologias na educação visto o novo perfil de aluno (conectado). Mas as dificuldade que encontramos residiu justamente na falta de estrutura, pois não tínhamos meios materiais (sala de informatica, computadores,acesso á internet, recursos informacionais, etc., que suprissem nossas necessidades)e tampouco o retorno das repartições públicas. Isso dificultou muito o trabalho.

      Já sobre a resistência dos professores ao utilizar a nova mídia nas suas aulas creio que pode ter muitos fatores: falta de conhecimento sobre as tecnologias, falta de formação na área, falta de manipulação dessas tecnologia na sua vida pessoal,social e profissional, falta de interesse, resistência em aceitar a nova mídia, etc.

      Encontrei um material super bacana que traz informações sobre as mídias, como utilizá-las, algumas atividades, dicas de como trabalhar com essas mídias e também respostas a esses questionamentos. Vale a pena conferir, pois o assunto é amplo e não se esgota aqui:

      https://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/Cartilha


      Abraços.

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  2. Olá profª Mari gostei do seu texto, pode por favor me informar qual a página da primeira citação de Justino?

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