Qual é a diferença entre educação, ensino e pesquisa?
A pesquisa é a atividade voltada para a solução de
problemas e respostas a questionamentos do campo educativo, geralmente através
do emprego de processos científicos.
O ensino é
considerado uma parte da educação e a sua intenção é a aprendizagem do
indivíduo, havendo a necessidade de que aquilo a ser ensinado tenha condições
de ser aprendido pelo aluno.
Educação é um conceito mais complexo,
se refere ao desenvolvimento da pessoa, sua trajetória de vida, desde o seu nascimento
até a sua morte. Ou seja, é tudo o que podemos aprender durante o processo da
nossa existência, visto que o ser humano nunca para de aprender (JUSTINO,
2011).
Portanto a
pesquisa precisa estar presente na sala de aula, no planejamento do professor e
na aprendizagem do aluno, pois ao desenvolver uma pesquisa sobre as
determinantes da prática (metodologias, avaliações, conteúdos, processo de
ensino-aprendizagem, contexto escolar, focos de problemas etc.) o professor tem
acesso a conhecimentos e habilidades que o ajudarão a compreender o porquê
daquela ação, se a mesma está em consonância com os pressupostos legais,
metodológicos, e se constituem ações significativas, estimulantes e
desafiadoras para os alunos. (CORTELAZZO, 2006).
E
para desenvolver uma ação educativa realmente significativa é necessário ao
professor utilizar todos os recursos disponíveis para a efetivação da
aprendizagem. Os materiais didáticos são recursos humanos e materiais empregados
para auxiliar e beneficiar o processo de ensino e aprendizagem. É importante
que o professor se aproprie dos diferentes materiais didáticos a fim de tornar
suas aulas significativas, estimulantes e lúdicas.
Em
relação à classificação dos materiais didáticos, segundo Justino (2011), compreende-se:
Ø
Material
permanente: quadro de giz, apagador, giz, cadernos, réguas,
flanelógrafo, projetores etc.;
Ø
Materiais
informativos: mapas, livros, dicionários, enciclopédias, revistas,
jornais, filmes, fichários, modelos, caixas de assuntos;
Ø
Materiais
auditivos e audiovisuais: esquemas, quadros sinóticos, desenhos,
cartazes, gravuras, retratos, quadros cronológicos, amostras em geral, discos,
gravadores, projetores etc.;
Ø
Materiais
experimentais: aparelhos que podem ser usados nas experiências;
Quanto à tipologia os materiais didáticos
classificam-se como: 1) Textuais: livro didático,
jornais e revistas, etc.; 2) Multimeios: quadro de giz,
mapas geográficos, globos, jogos, etc.; 3) Multimídias:
retroprojetores, filmes, DVDs, projetor de slides, rádios e os computadores
(JUSTINO, 2011).
O professor, ao escolher os recursos didáticos que
serão utilizados, precisa levar em consideração critérios que permitam
verificar o que se deseja obter, ou seja, qual a contribuição que eles poderão
dar para que ocorra uma aprendizagem significativa. (JUSTINO, 2011, p. 74).
Desse
modo devemos compreender que “a finalidade do material didático em sala de aula
é propiciar o aprendizado ao aluno” (JUSTINO, 2011, p. 112) e utilizar todas as
mídias e recursos disponíveis na escola para melhorar a qualidade do ensino
oferecido. A Mídia é um recurso, sozinha ela não educa, pois educar é relação
humana e todos devem fazer a sua parte.
Realizei uma pesquisa de campo em uma escola pública, nas séries iniciais do Ensino
Fundamental, entrevistando os professores desse contexto sobre a pesquisa e os
materiais didáticos utilizados na escola e com que propósito.
Segundo
os docentes, sendo a educação e ensino processos que se intercalam e interagem,
a pesquisa é o processo pelo qual o aluno desenvolve habilidades investigativas
e autônomas que visam melhorar o seu aprendizado. O professor deve, desse modo,
desenvolver pesquisas com os alunos buscando realizar uma ação educativa com
mais qualidade e com maiores chances de obter êxito.
Na
escola a maioria os professores são tradicionais, porém entendem que a
utilização de materiais didáticos são de suma
importância para a prática educativa do professor e precisam ser utilizados com
responsabilidade. Segundo os docentes são vários
os materiais utilizados pela escola, entre eles computadores, TV, vídeos,
projetor, quadro branco, diversos materiais didáticos auxiliares e textuais.
Os materiais são utilizados de forma
interdisciplinar em todas as disciplinas escolares, já no atendimento de alunos
especiais, os professores tendem a adaptar esses recursos para atingir os
objetivos com esse alunado, na utilização de mídias (softwares educacionais,
libras) com alunos mudos, o Braile com deficientes visuais, etc.
Nas disciplinas especificas
também são utilizados recursos. No ensino de geografia,
são usados livros didáticos, dicionários e enciclopédias mapas da sala de aula,
da escola, do bairro, do município, do estado, do Brasil, alem do mapa-múndi,
buscando desenvolver as questões de aprendizagem que envolve a escola e,
orientações cartográficas. Para isso os alunos utilizam como materiais de apoio
na disciplina, mapas de relevo, hidrográficos, gráficos, tabelas, filmes
contextualizados, slides, entre outros recursos.
No ensino de historia são
empregados os mesmos materiais do ensino de geografia, porem nesse caso, a
cartografia, (coleção de mapas) é histórica, desenvolvendo no aluno a
capacidade de distinguir os períodos históricos de tempos e lugares específicos.
No ensino de ciências, os professores usam figuras do campo
humano, de botânica e de zoologia. Também são realizadas experiências reais, e
demais coleções de livros, buscando aproximar o aluno da realidade estudada.
No ensino de matemática: estão os origamis, dobraduras que são
usadas para ensinar geometria, bem como o transferidor, o compasso, a régua, a
trema, jogos: dominós, quebra-cabeças, buscando desenvolver o raciocínio lógico
e formal dos alunos e trabalhar questões que envolvem nações de espaço,
grandezas e medidas.
No ensino de língua portuguesa, são utilizados dicionários, jogos, filmes
contextualizados, livros de literaturas e fantoches visando desenvolver a
leitura e interpretação de textos, ética e, raciocínio crítico e criativo. Na alfabetização, são empregados alfabetos moveis - letras em
lixas, jogos e cartazes - buscando estimular a aprendizagem global dos alunos,
partindo de diversos fatores e desenvolvendo a cognição por meio de estímulos
lúdicos, tornando o aluno construtor do conhecimento.
A utilização dos multimeios
e multimídias e demais recursos são de livre acesso pelos professores,
excetuando-se a sala de informática, que para a sua utilização, o professor
deve agendar dia, hora e período de uso dos recursos informacionais, bem como a
utilização da sala de televisão, do recurso vídeo, projetor de slides, e de
outros meios digitais.
Os livros didáticos são utilizados de forma articulada com os
recursos vídeo, computador e radio visando desenvolver uma atitude critica e
reflexiva por parte dos alunos nos conteúdos das disciplinas cursadas.
O vídeo (filmes/Dvs) é muito utilizado por professores que
desejam conduzir uma aprendizagem aberta e visual. Assim, professores propõem
aos alunos interpretar a realidade abordada nos filmes buscando articular á
questões que envolvam as disciplinas interdisciplinarmente.
O computador é usado na escola como apoio as matérias e
aos conteúdos curriculares, alem da função de preparar o aluno para uma
sociedade informatizada. A informática caracteriza, assim, um instrumento
permanente de ensino e metodologia provocando no indivíduo uma forma diferente
de interpretar o conhecimento, forma essa que se associa, ara como causa, ora
como consequência de um pensar diferente, alem de levar o aluno a pensar e a
raciocinar sobre a construção do seu conhecimento.
“A nova realidade educacional solicita que o
processo educativo seja repensado, e que busque novos caminhos, na construção
de conhecimentos que poderão inovar a prática pedagógica” (JUSTINO, 2011 p.85).
Dentro dessa perspectiva,
uma das propostas da escola é levar o estudante “aprender a aprender”
incentivando-o ao habito da pesquisa, tornando, assim, o aluno capaz de lidar
com os fatos, compreende-los; dominar o pensamento, a representação do
conhecimento e levá-lo a resolver problemas e criar soluções.
O educando, por sua vez,
torna-se o centro na construção do conhecimento, e a escola cumpre, dessa
forma, com seu papel na sociedade. Pois segundo Demo (2007, p.142), “há infinita
potencialidade formativa na nova mídia, desde que se saiba colocar as coisas em
seu devido lugar, nova mídia é instrumento, como tal não educa, porque educar é
relação humana”.
Ao concluir essa análise da
prática pudemos perceber que na escola pesquisada os professores buscam
utilizar todos os recursos disponíveis em suas aulas e de uma forma dinâmica propiciando
momentos significativos de aprendizagem. Obviamente que como em todas as instituições
de ensino também encontramos problemas, mas nesse contexto os conflitos são
solucionados por todos os integrantes do corpo docente e discente da escola o
que propicia um trabalho mais harmonioso e concreto no interior da instituição.
REFERÊNCIAS
CORTELAZZO, Iolanda
Bueno de Camargo, ROMANOWSKI, Joana Paulina. Pesquisa e Prática Profissional - Materiais Didáticos. Curitiba:
IBEPEX, 2006.
DEMO, Pedro. O Porvir: Desafios da Linguagem do
Século XXI. /Pedro Demo. - Curitiba: IBEPEX, 2007.
Escola Luiz Carlos
Pereira da Costa. Projeto político pedagógico. Fundação 1986, ano 2012. São Francisco
do Sul/SC.
JUSTINO, Marinice
Natal. Pesquisa e recursos didáticos na formação e prática docente. Curitiba:
Ibpex, 2011.
Olá, amiga.
ResponderExcluirGostei do seu post e gostaria de propor uma conversa entre nós duas e quem mais queira participar a respeito das novas ferramentas pedagógicas disponíveis atualmente graças ao advento da internet. Vou propor algumas perguntas para conduzir nossa reflexão.
De que maneira blogs, redes sociais, canais de vídeo, enciclopédias online, etc. podem ser usados na escola como ferramentas de aprendizagem?
Como a escola pode vencer os obstáculos materiais para utilizar mais a tecnologia em favor da educação?
Por que ainda existe resistência por parte dos educadores em adotar consistentemente os recursos tecnológicos, a internet como caminhos para se construir o conhecimento?
Agora só falta a gente pensar como vamos fazer essa troca.
Pode ser através do comentários dos nossos blogs?
Eu escrevo para vc e vc para mim. Meu blog é:
http://blogdadonarita.blogspot.com.br/
Lá também tem um chat onde poderíamos conversar em tempo real se vc quiser.
Vpu seguir seu blog. Siga o meu também.
Abraços. Te espero lah.
Olá Rita,
ExcluirGostei da sua iniciativa, vamos sim trocar idéias, vou seguir seu blog também.
Bom sobre as suas questões vou por partes do meu intendimento sobre o tema:
A internet e as ferramentas à ela relacionadas, redes sociais, blogs, sites, ferramentas online etc., compõem um rico acervo interativo e socializador de informações, experiências e aprendizagens ao aluno e útil pedagogicamente ao professor. Pois, a Internet representa uma ferramenta de aprendizagem que propicia novas formas de acesso e gerenciamento das informações, de produção e trocas de conhecimentos, podendo inserir os alunos e professores em uma nova cultura ciberespacial que vá além de informações e horizontalize relações sócio-culturais, é ferramenta de comunicação que pode propiciar a aquisição de valores, saberes e conhecimentos, sistematizados ou não. Ou seja, na escola essas ferramentas devem ser usadas como recursos à aprendizagem, mas nunca substitutas às aulas. Um exemplo seria os professores e alunos criarem um fórum aberto ou blog da escola, e lá lançarem questões relativas a tópicos de estudo, vídeos, materiais sobre política, cidadania, conteúdos escolares, enfim, usar a criatividade e instigar o debate, a participação, a criticidade e a pesquisa. As possibilidades são muitas...
Quanto a escola vencer os obstáculos materiais para a efetiva implantação da tecnologia no ambiente escolar temo ser mais complexo que possamos imaginar, pois isso tem relação direta com a infraestrutura da escola e o retorno dos órgãos públicos inerentes. Vou dar um exemplo pessoal. Trabalhei em uma instituição em que os professores já estavam convictos da necessidade de utilizar as novas tecnologias na educação visto o novo perfil de aluno (conectado). Mas as dificuldade que encontramos residiu justamente na falta de estrutura, pois não tínhamos meios materiais (sala de informatica, computadores,acesso á internet, recursos informacionais, etc., que suprissem nossas necessidades)e tampouco o retorno das repartições públicas. Isso dificultou muito o trabalho.
Já sobre a resistência dos professores ao utilizar a nova mídia nas suas aulas creio que pode ter muitos fatores: falta de conhecimento sobre as tecnologias, falta de formação na área, falta de manipulação dessas tecnologia na sua vida pessoal,social e profissional, falta de interesse, resistência em aceitar a nova mídia, etc.
Encontrei um material super bacana que traz informações sobre as mídias, como utilizá-las, algumas atividades, dicas de como trabalhar com essas mídias e também respostas a esses questionamentos. Vale a pena conferir, pois o assunto é amplo e não se esgota aqui:
https://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/Cartilha
Abraços.
Olá profª Mari gostei do seu texto, pode por favor me informar qual a página da primeira citação de Justino?
ResponderExcluir