Estive passeando pelas infovias da net e encontrei um site que fala sobre todas as novelas e trás um toque de humor e realismo ao mesmo tempo. Entre os posts um me chamou a atenção pelo discurso que apresentava, trata-se de uma cronica que busca demonstrar que a vida do professor na 'telinha' é bem diferente da vida do professor na realidade.
O site também acompanha o desenvolvimento das novelas e dos personagens, inclusive fala tudo sobre o Carrossel.
Crônica: A Verdadeira Professora Helena
O “Carrossel” é uma novela que nos convida a embarcar na
imaginação, no sonho. Durante o tempo de exibição de cada capítulo, somos
resgatados da cruel realidade para viver no doce mundo da Professora Helena.
Mas o que aconteceria se a trouxéssemos para o mundo real?
Entusiasmada
para ensinar e fazer a diferença, Helena prestaria o concurso público. Enquanto
espera impaciente pela efetivação, contenta-se com o cargo de professora
substituta, a tal da categoria O, que de fato é o Ó.
A professora
de matemática faltou, o de geografia exonerou e o de filosofia infartou. Chamem
a substituta para distrair os alunos. E lá vai Helena de boa vontade tentar
ensinar… Indisciplina no ar, autoridade no chão, muita pressão e nenhum
recurso. O professor de química com licença premium, o de português com
atestado… Quando já não há substituto para tanta falta, é o inspetor Firmino
que fica a cargo da contenção social.
Helena
descobre que a educação da realidade não é um Carrossel, mas sim um Trem
Fantasma que só conhece quem está dentro. O pequeno salário atrasa, enquanto as
despesas aumentam. Vem então a greve reivindicando respeito e zelo. Mais de cem
dias na Bahia e a única conquista é a constatação de que a melhora não virá
para a educação. Salve-se quem puder. Helena se desespera e manda seu currículo
para as Casas Bahia.
Enquanto
espera a salvação, ela tem de suportar as acusações de pais indignados com a
greve, chateados porque a babá se recusa trabalhar. Dizem eles que lutar pela
melhora na qualidade de ensino é coisa de vagabundo. Pais como o de Jaime
Palilo, aqueles que defendem o professor, estão moribundos.
Salas com mais de 30 alunos, a maioria parentes do Paulo, carga horária com
mais de quarenta aulas, verdadeiras batalhas. A utopia de Helena acabou, tudo
que ela quer é que o sinal toque para se refugiar na sala dos professores e
iniciar a terapia em grupo. É lá que Helena vira Nina desejando vingança: esse
burros não terão futuro.
Fica feliz ao
conseguir entrar num colégio particular, mas logo descobre que aquele não passa
de um comércio sujo. Lá também é proibido reprovar. Pra quê o aluno vai se
importar em estudar? A direção inventa gincanas e eventos para justificar o
estupro de notas no fim de ano. A maioria tem que passar e ai do professor que
se recusar, cabeças vão rolar.
Com o corpo
doído, Helena chega em casa. Ligada no “Carrossel”, ela consegue se desligar
por 45 minutos do mundo real, depois volta para corrigir a pilha de prova que
comprova a petição de miséria da educação.
Autor: Uziel Moreira
Fonte: http://coisasdenovela.pop.com.br
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